Netuno em Peixes e os novos usos da maconha

Captura de Tela 2014-05-29 às 10.23.45Temos visto nos telejornais (hoje mesmo, no “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, por exemplo), em revistas especializadas em temáticas, como a “Sociologia”, da Mithos Editora, nas de variedades, como “Galileu”, da Globo, e “Veja”, da Abril, diversas matérias a respeito do uso e legalização da maconha, seja no sentido de usá-la de forma “tradicional”, seja no uso medicinal. A maconha foi também liberada nos EUA e no Uruguai há pouco tempo. A reportagem de hoje, na TV Globo foi sobre o “Canabidiol”, medicamento ainda ilegal no Brasil, mas já liberado nos EUA, em que os pais de uma menina com uma rara síndome causadora de deficiências no sistema motor e cognitivo precisaram de autorização judicial para o tratamento. A menina, que vinha tendo um quadro de cerca de 80 crises de espasmos por semana, passou, em três semanas de tratamento, para ZERO crises. O nome “Canabidiol” vem da denominação técnica da maconha, Cannabis Sativa.

Há alguns anos venho mencionando e descrevendo possibilidades do trânsito de Netuno e de Kiron em Peixes, sobretudo em dois eventos de grande porte no Rio de Janeiro, eventos estes que tiveram as palestras gravadas e suas apresentações visuais disponibilizadas na Internet. Desde 2011, para ser mais preciso. Entre essas descrições e projeções estavam precisamente o uso medicinal de drogas outrora proibidas (ou ainda proibidas sob vários aspectos). Um dos slides de uma das palestras em que isso foi tratado é o que se encontra acima (com as anotações feitas na época, faladas durante a apresentação). Refere-se à palestra dada no evento “Cultura e Cosmologia”, da série de eventos pertencentes à Rio + 20 e Cúpula dos Povos, ocorrido na UCAM- Ipanema. Abaixo, as capas de algumas publicações sobre o assunto (note-se que a “Veja” é a única que acentua a questão potencialmente perniciosa). Kiron permanece em Peixes até 2019, enquanto Netuno transitará nesse signo até 2026 (com ingressos rápidos em Áries em 2025, ficando de vez nesse signo até 2039). Podemos ver, nesse ínterim, uma intensificação das pesquisas com substâncias semelhantes tanto na medicina quanto nos usos sociais das mesmas.

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Zumbis – Plutão em Câncer, Plutão em Capricórnio – Quadratura com Urano em Áries

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por Carlos Hollanda

Ontem fiquei curioso quando vi o cartaz do primeiro filme de zumbis feito no mundo. Ele é de 1932 (vide a foto verde do anexo e o vídeo completo no link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=5N5-UzUxBss) e tem no elenco ninguém menos que Bela Lugosi, o eterno Drácula. Levando em conta que há uma verdadeira avalanche de filmes do gênero nos últimos anos, ainda que isso tenha vindo aos poucos desde os anos 1980, quis ver bem rapidamente quais seriam as analogias com a atualidade. Em 1932 (calculei um mapa para a metade do ano, apenas para ter uma estimativa), temos as seguintes posições de planetas LENTOS por signo (ESQUEÇAM as posições dos planetas rápidos, não tenho a data do lançamento, só o ano):

filmezumbibranco– Júpiter estava em Leão – até aqui, nada muito significativo na correlação com o tema
– Saturno em Aquário (até fevereiro daquele ano estava em Capricórnio)
– Urano em Áries, como agora. e em quadratura com Plutão, como agora.
– Netuno em Virgem, signo oposto ao de Peixes, em que está agora
– Plutão em Câncer, signo oposto ao de Capricórnio, em que está agora

Agora reparem na mandala dupla, contendo, no círculo interno, o mapa estimativo de 1932 e no externo o trânsito de agora, em 2014. Vejam as coincidências desses ciclos através de suas oposições e relações com os signos ocupados pelos lentos. No caso do trânsito de agora sobre 1932, até mesmo Júpiter se posiciona sobre o Plutão da época.

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warZProntinho. Só curiosidade, mas que pode abrir um precedente para aprofundamentos em estudos sobre o imaginário de vida e morte, temores apocalípticos (como em “Guerra Mundial Z”, estrelado por Brad Pitt), períodos que podem levar a guerras que se alastram por muitos territórios (os anos 30 foram os anos da Grande Depressão e agora andamos às voltas com crises sucessivas na economia, na política, já enfrentando diversas guerras localizadas). No filme de 1932 há uma perspectiva de controle dos zumbis, como escravos para trabalho pesado, quase autômatos prontos a seguir as ordens de um mestre. Nas produções atuais os zumbis são incontroláveis, espalham seu estado de mortos-vivos a todos os vivos que conseguem morder. Divirtam-se.

 

Mitologia e Simbolismo na Astrologia: estudar pra quê?

O Nascimento de Vênus – Sandro Botticelli – 1485

Estudar Astrologia pela via da Mitologia dos signos e dos planetas é promover autoconhecimento e também se preparar para fazê-lo em sua prática diária como astrólogo. A descrição pura e simples, como as de revistas de bancas de jornais são boas até o ponto em que a mesma descrição se torna um padrão inaplicável em um grande número de casos. Para ser profissional o astrólogo não pode apenas repetir dados superficiais ao cliente, sobretudo se o cliente chega em meio a um problema mais sério. De que adianta você dizer a ele: “olhe, leoninos gostam de chamar a atenção. Você é egocêntrico e jovial”, se a questão que ele traz passa anos luz distante disso? A angústia que aquele leonino (para usar o exemplo dado acima) estaria sentindo não é necessariamente derivada de seu egocentrismo, algo mais profundo está na raiz daquela realidade externa. É pela mitologia, ou melhor, pelo entendimento dos símbolos arquetípicos contidos nas narrativas mitológicas que temos um uma trilha para esse tesouro escondido, para o cerne da questão.

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Fonte na escadaria do santuário de Bom Jesus, em Braga, Portugal, representando Saturno. Cada um dos planetas é representado em um dos patamares da subida até o topo, entre vários outros simbolismos alquímicos e astrológicos. Photo by Carlos Hollanda – outubro/2011

Conhecer as bases dessas narrativas e suas correlações com situações concretas vividas pelos seres humanos, bem como ter mecanismos para dialogar e até alterar determinado comportamento promotor de certa experiência, é o objetivo das aulas de “Mitologia e Simbolismo dos Signos e Planetas”, de formações em Astrologia mundo afora.

 

Um detalhe sobre essas aulas: não espere delas receitas de bolo que qualquer um poderia obter em uma publicação popular. Para isso não há qualquer necessidade de pagar um curso que desde o início informa sobre a necessidade de aprofundamento para capacitar e profissionalizar. Do contrário vale mais a pena ler textos rápidos, de graça, na internet. A questão é: você quer entender mesmo o significado de uma configuração num mapa? Quer adquirir mais conhecimento sobre a cultura ocidental e até um pouco sobre alguns elementos orientais? Quer superar as descrições sumárias sobre um trânsito que lhe faz sofrer ou quer intensificar algo que pode ser desejável? É conhecendo o símbolo a fundo que se faz isso! Não é com “quando Saturno passa sobre o Sol ficamos chatos, trabalhamos mais, perdemos energia e ponto final.”. Tem muita, mas muita coisa além que pode ser compreendida a partir do processo que um trânsito representa. Saber que situação arquetípica você estaria vivendo e como aproventá-la alivia em muito as dores e tensões de um período (em um trânsito), angústias constantes (no mapa natal), facilita a tomada de decisões e promove consistência na leitura do mapa. Aliás, até mesmo para se chegar a uma descrição sumária o estudo de símbolos e mitologia ajuda. Vez por outra algum cliente tem a justificável necessidade de saber apenas pontos específicos, evitando aprofundamentos. É o caso de quem deseja, por exemplo, saber sobre um negócio que está lançando no mercado e gostaria de verificar os potenciais de desenvolvimento do mesmo. Ok, é perfeitamente possível dar respostas objetivas assim nas leituras e essa é uma das vantagens do uso da Astrologia. Porém, no caso de quem vai fazer uma leitura de autoconhecicmento, é uma perda significativa de conteúdo e de oportunidade pedir para pular a parte em que se faz analogias entre símbolos e o que se vive. Aliás, até para quem quer respostas mais objetivas sobre determinados pontos, saber quais as analogias entre narrativas mitológicas e os símbolos em jogo na questão pode auxiliar o raciocínio do intérprete.

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Como fazer uma formação em Astrologia sem ter ao menos um mínimo de arcabouço nesta via simbólica? Você quer mesmo entender seu mapa e o de outras pessoas e saber o que se passa por trás da superficialidade de conversas de boteco? Astrologia pode até ter várias coisas “prontas” em seu estudo, como o fato de que as casas sempre significam as mesmas coisas e um planeta não significa a mesma coisa que o outro, mas existem nuances, complexidades dos símbolos que residem no inconsciente pessoal e coletivo, que só conseguimos decodificar observando firmemente as narrativas mitológicas e fazendo um entrecruzamento e uma relativização daquelas situações narradas com as particularidades da vida de cada um. Receitas de bolo, isto é, aquelas interpretações prontinhas, imutáveis, que vemos em manuais de astrologia (que podem ser muito bons sim!), não resolvem todas as questões. Depender delas para tudo pode lançá-lo num simplismo perigoso, algo que não se aplica a qualquer caso. Essas padronizações não chegam à questão de modo mais satisfatório, apenas dão bases para pensar, mas sem um entrecruzamento de dados, sem um entendimento mais encorpado do símbolo, um Plutão de casa 10 sempre significará “desgraça profissional”, quando é centenas de vezes mais interessante do que isso e, mais ainda, passível de desenvolvimento, reconfigurações de significado, de caso para caso.

Não importa se você pretende ser astrólogo clássico, relativamente distanciado das vias psicológicas que permeiam as formações de Astrologia desde metade do século XX. Não importa se você é psicanalista e não adota o conceito de arquétipos e inconsciente coletivo. O estudo das narrativas e suas correlações com símbolos astrológicos dá base para pensar, leva a entender raízes comportamentais que subjazem às atitudes externas e podem ser a chave para uma modificação de padrões repetitivos perniciosos. Ainda que não fosse isso, estudar as bases teóricas da mitologia já é de grande valia para entender a formação das sociedades, seus sistemas de crenças, como isso afeta você como indivíduo dentro de uma cultura e sociedade, de que forma esses símbolos são manipulados pelas mídias e pela política, o que está por trás de grande parte dos discursos religiosos, de suas relações com seus pais, com a morte, com o envelhecimento, com as fases da vida toda, inclusive aquelas em que você se apaixona ou em que é rejeitado pela sociedade. Se não vai lhe trazer paz, ao menos traz uma semente de maior capacidade para suportar e superar dificuldades. Uma semente é um bom começo. Se você estudar direitinho, não ficará preso a apenas um círculo de conhecimentos, no caso o astrológico, girando somente em torno do que lhe parece significar o signo tal e o planeta X, com o aspecto Y. Poderá manter mais conversas interessantes, enxergar muitas coisas que não ficam visíveis facilmente em filmes, em livros, na vida cotidiana. Poderá discutir polidamente com o vizinho intelectualóide que acha que a Astrologia é uma baboseira e lança indiretas sobre sua suposta falta de perspicácia, mostrando a ele que as coisas não são bem assim. Poderá acrescentar riqueza à sua vida, que até já pode ser muito boa, mas por que não torná-la ainda mais interessante? Um curso que se propõe não apenas descrever, mas fazer entender as hipóteses mais avançadas sobre de onde saem os mitos, como eles se formam, de que maneira constituem parcela considerável da psique e das culturas do mundo, além de, claro, falar sobre o que cada signo e planeta representa a partir desse campo simbólico, é o que ofereço em minhas aulas. Se houver pressa de aplicar uma astrologia sem essa base, que pena!

Na esperança prometéica de ter esclarecido perguntas como “para que serve estudar mitologia em astrologia, se o que quero é saber como funcionam os signos, algo mais direto?”, me despeço, provisoriamente.

Abraços fraternais,

Carlos Hollanda