Bolsonaro sofre impeachment? Um possível padrão astrológico de rejeição a governantes

O que, de fato, poderia reger um processo de impeachment presidencial em termos astrológicos? Na tentativa de encontrar esse padrão, descobri que pelo menos 8 governantes em regimes presidencialistas ao longo da História já sofreram um processo como esse, mas bem poucos tiveram seus mandatos interrompidos, sendo retirados após votação ou por renúncia, antes que a mesma tivesse ocorrido ou concluído. O primeiro (ou um dos primeiros conhecidos) impeachment da História ocorreu em 1376, na Inglaterra, quando o Bom Parlamento iniciou um processo criminal contra o Lord Latimer, barão diretamente ligado ao rei Eduardo III, conforme a Enciclopédia Brittanica. No século XVII, muitos dos ministros britânicos foram derrubados ou comprometidos por esta poderosa arma parlamentar, que tornou a ser utilizada diversas vezes até cair em desuso, na Inglaterra, no século XIX. Entre presidentes de repúblicas, o primeiro foi o do norte-americano Andrew Johnson, em 1868, que foi absolvido por um único voto. Em 1974 foi a vez de Richard Nixon, que renunciou antes que o processo tivesse início em toda a Câmara. Depois houve o de Bill Clinton, iniciado em dezembro de 1998, após as acusações de perjúrio e diante das investigações do caso Monica Lewinsky. Clinton foi absolvido. Em dezembro de 2019 foi a vez de Donald Trump, que também foi absolvido. No Equador, Abdalá Jaime Bucaram Ortiz, empossado em 10 de agosto de 1996, foi destituído por corrupção e por problemas psiquiátricos.

No Brasil foram 4 presidentes retirados por decisão do Congresso Nacional, sendo que, em 1955, as duas primeiras destituições são bem menos conhecidas. Segundo a Agência Senado, a destituição de dois presidentes, Carlos Luz e Café Filho, naquele ano, foi o ponto mais crítico do turbulento período compreendido entre o suicídio de Getúlio Vargas, em agosto de 1954, e a posse de Juscelino Kubitschek, em janeiro de 1956. Em 1992, foi a vez de Fernando Collor e a mais recente, a de Dilma Rousseff, em 2016. Ainda segundo a Agência Senado, a diferença entre os casos de Luz e Café e os de Collor e Dilma é que nos episódios de 1955 não se seguiu a Lei do Impeachment (Lei 1.079/1950). Os deputados e os senadores entenderam que a situação era extremamente grave, com risco de guerra civil, e finalizaram os julgamentos em poucas horas, sem dar aos presidentes o direito de se defenderem na Câmara e no Senado.

Aqui vou me concentrar naqueles que, concluídos ou não, levaram à saída do governante de seu cargo, no século XX e XXI e traçar um quadro comparativo com as condições do atual governo brasileiro.

Conforme veremos nos gráficos a seguir, há uma relação entre os movimentos planetários e as situações que levam aos processos de impeachment que chegam às vias de fato ou que levam o governante a se afastar devido às pressões. Essa relação se dá com as seguintes predominâncias de pontos ativados:

  • O eixo nodal dos mapas da posse desses presidentes já se encontra aflito no momento da posse, seja por quadraturas ou conjunções com planetas lentos, sobretudo de Saturno e Plutão ou com Urano. Todos esses casos representam instabilidade em potencial sobre um dos indicadores simbólicos de conexão e fixação, os nodos lunares;
  • Como em quase todos os casos de grandes crises ou, ainda, em situações de conflito armado ou calamidades, Saturno e Plutão fazem algum tipo de conexão tensa, o que significa formarem aspectos de conjunção, quadratura ou oposição. Convém dizer que Plutão rege grandes fortunas, nem sempre aquelas construídas licitamente, os mega-poderes das maiores instituições financeiras e dos poderosos que manipulam a maior parte da produção industrial, bem como seus interesses políticos. Saturno é o poder estabelecido, seja ele vigente e evidente, seja aquele que controla tudo como eminência parda e dita os rumos de uma coletividade. Isso significa que nos casos de crises do tipo, golpes, destituições feitas por diferentes motivos, a coisa parece girar todo o tempo em torno desses fatores: quem detém os benefícios provenientes recursos de produção e quem realiza as articulações e monta estruturas para que isso ocorra;
  • Grandes configurações tensas, como quadraturas “T” ou grandes quadraturas na inauguração de um desses eventos. Normalmente envolvendo 4 ou mais planetas. Estes são sempre fatores de desestruturação diante de uma suposta ordem.

É importante, no entanto, deixar claro que esses aspectos não “causam” tais eventos. Eles são sincrônicos, são sinalizadores de potenciais que, quando convergentes, podem resultar em um conjunto de fatos, mas não significam um fato em si. Tudo dependerá do contexto social e histórico em que as configurações ocorrem. Igualmente, vale dizer que entre os fatores que regem governos, além de Saturno e Sol, é preciso considerar o Meio do Céu do mapa de um país, seu planeta regente, os trânsitos e outras técnicas de previsão incidindo sobre esse mapa do país, além de, quando possível, definir os mesmos parâmetros sobre o mapa do governante vigente, se este tiver seus dados fornecidos de modo confiável.

As Destituições e a Coincidência de Padrões:

Nos gráficos que se seguem, contendo datas das posses e épocas de renúncias ou retiradas dos governantes, utilizei-me de um zodíaco solar, isto é, de um cálculo que mantém o desenho esquemático da eclíptica, de zero grau de Áries até 29°59’ de Peixes, com a subdivisão em casas iguais de 30°. A escolha se deu por dois motivos:

  1. devido à dificuldade de obtenção do horário preciso de cada evento;
  2. em função do item “a”, porque os fatores a serem analisados são lentos os suficiente para não se moverem muito em suas posições ao longo de um dia.

Assim, o que vale, em grande parte, são as datas e não o horário (apenas na análise sobre o governo atual e no anterior foi utilizado o horário preciso da posse). O cálculo também foi feito para o meio-dia, nesses casos, de forma que a Lua, fator muito veloz, estivesse em uma posição o mais possível próxima do horário correto ou ao menos a meia distância entre dois pontos máximos.

Café Filho e Carlos Luz – o primeiro substituíra Getúlio Vargas após seu suicídio, em 24 de agosto de 1954. A data que aqui considero como sua posse é a mesma da morte do presidente anterior, portanto. O segundo, todavia, era presidente da Câmara e substituíra Café quando de sua licença para tratar de problemas cardiovasculares. Luz permaneceu apenas 4 dias no poder, de 8 a 11 de novembro de 1955. Na comparação aqui considerada, tem-se como base a posse de Café Filho e a destituição de Carlos Luz. O mapa da posse de Luz ocorre já com uma quadratura envolvendo nada menos que Júpiter, Saturno e Plutão. Após todos os trâmites e votações, a decisão pela destituição de Luz se deu no dia 22/11. Nesse dia, além da supracitada quadratura, a Lua completaria o quadro com uma quadratura T formada com tal configuração. Não bastasse isso, outro aspecto tenso envolvendo um significador de poder, Saturno, no mapa radical da posse de Café, era formado há um certo tempo pelo trânsito de Urano. Por si só esse já seria um fator desestruturador.

Nixon – Renunciou em 9 de agosto de 1974, quando Plutão em trânsito terminara uma conjunção com o nodo sul do mapa de sua posse em 20 de janeiro de 1969. Entre maio e junho de 1974 Saturno formava a quadratura exata com o eixo nodal. O Caso Watergate, que impulsionou o processo, veio à tona em 17 de junho de 1972, quando Plutão ainda não chegava a uma conjunção precisa com o nodo sul da posse, mas já formava órbita para tanto.

Collor – Na comparação entre o mapa de sua posse e a efetivação de seu impeachment tem-se a conjunção de Saturno em trânsito por Aquário, já formando conjunção com o nodo norte da posse, sendo que a própria posse se dá com uma quadratura de Plutão com o eixo nodal.

Abdalá – Um “governo” relâmpago, interrompido em cerca de 6 meses. Já na posse fica evidente a grande quadratura envolvendo o eixo nodal, com Lua, Vênus, Marte e Júpiter envolvidos, somados à conjunção de Saturno com o nodo sul. O impeachment ocorreu com Marte conjunto ao nodo norte, ativando a já debilitante grande quadratura.

Dilma – Nesse caso também temos uma quadratura de Plutão com o eixo nodal logo na origem, isto é, no mapa da posse. O ângulo tenso tornou-se exato na época da destituição da então presidente e posse de Michel Temer.

Bolsonaro – Outro caso em que o eixo nodal da posse fica sob a proximidade de aspectação tensa envolvendo Saturno e Plutão. Na posse já há a conjunção de Plutão e nodo sul. Nos trânsitos de fevereiro/março de 2020, Saturno toca o mesmo nodo. Tornará a fazê-lo entre julho e dezembro, sendo agosto um mês crucial, com uma nova conjunção exata. De dezembro em diante, Plutão em trânsito vai chegando mais próximo do grau exato do nodo sul da posse. Diante dessas condições, apesar de haver indicadores favoráveis num dos supostos mapas de nascimento do governante (21/03/1955, 05:30 A.M., Glicério-SP), como a Lua progredida em trígono com Júpiter e com Saturno até fins de abril, a tendência é de fato a crescente perda de apoio e uma abertura de processo, mormente em função das múltiplas declarações polêmicas e impopulares e a despeito do apoio continuado de muitos de seus eleitores. As chances maiores ocorrem após o segundo ingresso de Saturno em Aquário, no final do ano. No entanto, o movimento nessa direção já deve ter início no primeiro semestre, entre 22 de março e 01 de julho, como uma prévia das situações a virem em sequência. Vamos observando, de forma a coletar mais dados sobre os efeitos desses processos e vermos se os fatores aqui reunidos funcionam de modo similar.