Preconceito não é prerrogativa de signo algum. Todos têm algum tipo e uma predisposição a isso. Há os que acreditam que todos os demais seres humanos são burros, os que vêem falta de consistência em qualquer atitude alheia, os que enxergam filhos da puta que pretendem prejudicá-los em todo lugar. Há os que se acham detentores da verdade e da justiça e por isso poderiam fazer escândalos, desqualificações e humilhações sem qualquer prova contra os outros, por puro achismo que se transforma em certeza absoluta sabe-se lá o motivo. Há os que odeiam quem não pertence à panelinha, à etnia, à formação, às tradições, às religiões ou ao ateísmo. Os que crêem que todos são imprudentes porque são, na verdade, lentos e inseguros demais para decidir ou para sair da zona de conforto. Há até os que vêem todo mundo como medíocre, ocultando o próprio sentimento de inferioridade. Enfim, há quem se isole porque não se vê compreendido pelos demais, sem, contudo, se comunicar direito e sem se adaptar o mínimo possível ao que existe e está disponível. Pensemos. Ou, se preferir, oremos.