As posses presidenciais, no Brasil, são todas realizadas com o Sol em Capricórnio, em 1º de janeiro, o que faz com que, pela proximidade constante de Mercúrio e Vênus, em longitude, na eclíptica, tantas vezes ambos estejam ou nesse signo também ou em Aquário ou em Sagitário. Em 2023, Lula assumiu pela terceira vez a presidência enquanto Mercúrio e Vênus se encontravam no mesmo signo em que estava o Sol. Por quase 15 anos, Plutão transitou por Capricórnio, participando de todos os governos brasileiros desde 2008. Nesta posse Plutão acompanha Vênus e Mercúrio nesse signo, mas em março de 2023 fará seu primeiro ingresso em Aquário e marcará profundamente o governo Lula III (assistam o vídeo sobre Plutão em Aquário em: https://youtu.be/P7LjT5aKIKE ). O segundo ingresso de Plutão em Aquário ocorrerá em janeiro de 2024. Esses dados, aparentemente aleatórios, para olhos não treinados, são tão fundamentais quanto o ingresso de Saturno em Peixes, de março de 2023 (assista o vídeo a respeito em: https://youtu.be/_O4eAbcMxU4 ), igualmente fundamental para o acompanhamento dos rumos do país nos próximos dois anos e meio. Os trânsitos mais lentos farão aspectos com pontos importantes dos mapas da posse ao longo de suas trajetórias.
A cada posse eu calculo dois mapas: o da assinatura do termo de posse (figura 1) e o da entrega da faixa (figura 2). Costumo observar com mais atenção o segundo caso. O termo de posse é efetivamente o momento em que o presidente assume o mandato, mas a entrega da faixa tem uma característica muito poderosa, tem “manas”, mostra um ato simbólico que equivale a uma coroação ou a uma unção. A entrega da faixa neste terceiro mandato de Lula revestiu-se, ainda, de ações extraordinariamente poderosas, como nunca antes.
A presença de representantes de várias camadas da população brasileira no ato da entrega tem impacto profundo não só no imaginário, mas como compromisso com cada uma das coletividades representadas: todos ascendem ao poder. Elas literalmente subiram a Rampa do Planalto. Mesmo assim, vejamos, adiante, como se expressam os dois mapas da posse, de forma a entender como cada um dos dois possui importância tanto para o decorrer do mandato quanto caracteriza o próprio momento em si. Vale dizer que o mapa da posse, ao indicar como será o decorrer do mandato, também contribui, como parte de um conjunto, para a leitura de previsões para o país. Nesse conjunto podemos agregar:
- O mapa da independência ou marco inicial que caracteriza o país. No caso do Brasil, há um consenso entre o mapa do Grito do Ipiranga (Independência) e o da República.
- O mapa do governante, caso haja e caso sejam dados precisos ou aceitáveis com alguma margem de ajuste.
- O mapa da posse presidencial. Neste presente caso, o da assinatura e o da faixa.
Em todos os casos supracitados, planetas e casas astrológicas representam instâncias sociais e governamentais. Por exemplo, Mercúrio possui conexão com ministérios em si, mas seu simbolismo também remete a tudo o que diz respeito ao setor de Comunicação e produção de conhecimento do país e aos profissionais que a esse campo estão ligados. De modo análogo, eu diria “tangencial” (com algumas particularidades partilhadas), a terceira casa desses mapas rege o trânsito pelas vias urbanas, escolas e estradas intermunicipais. Júpiter rege tudo o que se conecta com as leis, os contatos com culturas de locais distantes, estrangeiros, relações internacionais, estradas interestaduais e internacionais, aeroportos, transportes de carga e universidades, assim como, tangencialmente, a nona casa também o faz. O que atingir planetas e casas, dependendo das condições presentes para cada fator, irá atingir os setores por eles regidos e representará uma tendência que se desenvolverá enquanto o processo durar. Apesar de o texto a seguir ser relativamente longo para a atual preguiça de leitura da maioria da população, acostumada com 140 caracteres que praticamente não esclarecem coisa alguma, ele é um resumo das tendências e pode ter pormenores em acréscimo. Tais acréscimos serão feitos ao longo do ano e do mandato, de acordo com os trânsitos planetários vindouros.
Por último, não deixem de observar que, excetuando-se a diferença de 24 graus entre as casas e de quase 1 grau entre as luas dos dois mapas, todas as demais posições são praticamente as mesmas. Assim, no que se refere a conjunções de planetas com estrelas, o que será dito para o primeiro mapa é idêntico ao que se encontra no segundo. Igualmente, os aspectos formados pelos planetas entre si não se modificam. A Parte da Fortuna de cada mapa difere na mesma proporção da diferença entre os Ascendentes. Uma está em 25°.05’ de Virgem, enquanto a outra em 19°.51’ de Libra.
O mapa da Assinatura do Termo de Posse (fig. 1) coincide perfeitamente com o ato burocrático, dentro do Congresso Nacional, com Saturno conjunto ao Meio do Céu e Vênus, o regente de Ascendente e Lua em Touro, no austero Capricórnio. O discurso realizado por Lula, no Congresso foi duro, direto como Marte na casa 1, coerente com promessas de campanha. Há, naquele ato, um forte potencial executivo, apesar de que a retrogradação de Marte no momento da posse revelar um grande esforço já esperado de argumentação para aprovação de propostas e metas. De fato, Mercúrio, regente desse Marte, encontrava-se retrógrado. Porém, antes que se creia em revezes maiores por conta disso, recordemos que tanto o discurso quanto o slogan que pautaram a posse (e pautarão o governo) é o de “União e Reconstrução”. Isso é revelador quanto aos fatores citados anteriormente. Retomar, refazer, rever, reconstruir, tudo em conformidade com as posições de fatores fundamentais do mapa em Capricórnio e em retrogradação. Quem assistiu esse ato solene integralmente irá lembrar do tom institucional, com o discurso sendo totalmente lido (Lula quase sempre prefere improvisar), mas com um improviso inicial sobre a caneta que o presidente recebera, em 1989, de um eleitor que lhe pedira, na época, para usá-la, caso fosse eleito. Ele a havia perdido e a recuperou. Isso é precisamente um dos potenciais de Mercúrio retrógrado, que tanto pode significar perdas e esquecimentos quanto as recuperações de coisas ou documentos do passado. Canetas são instrumentos de escrita, o que as fazem ser regidas por Mercúrio. Este último está em signo de elemento compatível consigo próprio (Terra) e de exaltação de Marte. Há muita compensação nesse simbolismo. Há essa relação entre o que é preciso recuperar/restaurar e uma proposta de seguir adiante o quanto possível, enfrentando o que for para suplantar limitações. Marte, afinal, é o Almuten Figuris (termo árabe cuja tradução é “o vitorioso”, o planeta que, entre outros atributos, define rumos importantes para a vida ou atos). Se isso estiver correto, dificilmente não haverá, mesmo com a retrogradação, ações pioneiras e corajosas. Em Gêmeos, isso tende a se dar no campo da educação, do comércio, da comunicação, da diversificação e distribuição. Há, ainda, muita necessidade de defesa no campo intelectual e de combate à ignorância ou ao dogmatismo. A “ginga” estratégica, já se sabe, terá que ser a de um Pelé, de um Garrincha, de um Mestre-Sala ou de uma passista de escola de samba, mas nem sempre será possível (Vênus está em Caprica, o “rebolado coletivo” é mais “rígido”).
Muitos podem ter-se incomodado com Saturno na cúspide do Meio do Céu, que indica o partido da situação e é um dos indicadores do modo como governante se portará, enquanto representante de uma coletividade aceito por regras estabelecidas. De fato, Saturno conjunto ao MC sinaliza enormes esforços para construir e provar-se digno de credibilidade para o grupo ao qual um indivíduo cujo período tem esse fator nessa posição. É, sim, necessário suportar críticas, pressões ainda maiores, tentativas de descrédito e ser o que costumo chamar de “especialista abordado como se aprendiz fosse”. No entanto, em todos os mapas que analisei nessas quase 4 décadas de trabalho, Saturno na 10 ou no MC revela grandes figuras representativas que, com o passar de uma primeira etapa, numa técnica de previsão, que pode durar entre 8 a 12 meses, reverte as pressões em algo um tanto parecido com reverências. Saturno, naquele mapa, situado em seu domicílio diurno, tem um único aspecto tenso, com o Ascendente taurino. Reparem o quanto Lula engasgou durante suas falas (no Congresso e no Parlatório), devido a seu recente problema nas cordas vocais. Elas são assunto taurino, signo que rege a garganta. Reparem porém, na enorme quantidade de aspectos favoráveis entre os pontos mais significativos desse mapa. Saturno faz uma conjunção exata com a estrela Nashira (de “Al Sa’d al Nashirah”), que é conhecida como “afortunado” ou “portador de boas novas”. Segundo a tradição árabe, dependendo de sua posição no mapa, “esta estrela fará com que um nativo se torne um consultor jurídico ou conselheiro e dará a tal pessoa a capacidade de ocupar um cargo de confiança. Esta estrela traz integridade e justiça e dá conhecimento do homem”. Percebe-se algo similar à natureza mais positiva de Saturno, sendo tais coisas alcançadas se o Saturno do mapa radical estiver bem posicionado. É precisamente o caso, aqui. De acordo com Ptolomeu, Nashira é da natureza de Saturno e Júpiter; e, para Simmonite, de Saturno. Para Vivian Robson, “causa superação pelo mal, que se transforma em sucesso, e dá perigo de feras”. Eu diria que, com as dificuldades a serem enfrentadas no contexto em que estamos, isso equivale a uma coisa que os cariocas conhecem bem, quando estão nadando, exaustos, em mar bravio: o ato de aproveitar uma onda perigosa “pegando jacaré” e, ainda que leve o famoso “caixote”, conseguir chegar até a areia com alguns poucos arranhões e ofegante, mas chegar vivo. Outra estrela muito significativa neste mapa é a que está conjunta com o Meio do Céu: a poderosa Deneb Algedi, a mais importante estrela da constelação de Capricórnio, que, por conta da precessão dos equinócios, quando comparada ao zodíaco trópico, está na longitude de 23 graus e 51 minutos de Aquário. É uma estrela diretamente ligada ao simbolismo de “salvar”, “sabedoria” e “integridade”, com grande senso de justiça. Isso é consenso entre vários autores.

Há um grande sextil, que muitos chamam de “sextil cósmico”, com dois sextis e um trígono, envolvendo a conjunção Vênus-Plutão-Mercúrio, Netuno, Júpiter e o Ascendente. O Sol, a Lua e Urano formam um trígono. Ainda que haja a austeridade muito enfatizada e necessária para aquele ato, se depender dos bons aspectos, as possibilidades de articulação, potencialmente obstruídas por resistências políticas, podem ser compensadas por ofertas, solicitações, favorecimentos provenientes das relações exteriores (casa 9 lotada e Júpiter com bom aspecto, em Termo de Júpiter e em casa de seu júbilo) e até mesmo de alguns setores relativamente mais conservadores (Capricórnio e Touro), ligados à Economia e investimentos de infraestrutura. Esse mapa responde às preocupações financeiras, com o país chegando ao novo governo bastante endividado em com as estruturas comprometidas. A casa 2, dos recursos e sistema de remuneração, é regida pelo mesmo Mercúrio cujas condições já citei. É bem possível, em acréscimo, dizer que, se esse mapa for o que mais se assemelha à realidade, grande parte dessas soluções virão dos acordos internacionais de comércio e outros investimentos que exigirão uma dose extra de credibilidade e diplomacia do governo. É um fato, verificável pelas declarações e ações de governos da maioria dos países, que Lula possui essa credibilidade no exterior. Mesmo assim, várias renegociações precisarão ser feitas e novas “costuras” políticas multinacionais e regionais interferirão positivamente no sistema econômico.
A presença de Júpiter em boas condições na casa 11 (Congresso) pode indicar um atenuante para os já esperados malabarismos para a aprovação das medidas prometidas durante a campanha. Não elimina os empecilhos, mas pode, com o apoio de boas conexões a serem formadas (atributo de Júpiter na 11), revertê-las ou ultrapassá-las.
A Lua, representativa do povo, do feminino, dos anseios da população, está na casa 12, a casa dos bastidores, das tramoias e inimigos ocultos. Porém, ela está na face da própria Lua e em termo de Mercúrio, além de em signo de exaltação. A conjunção com Urano é tensa, errática, pode requerer um poder de adaptação a mudanças de rotinas acima da média normal. Que há muito trabalho a ser feito pela equipe do novo/de novo presidente, não é novidade, mas também muito se fará nesses bastidores pela equipe feminina, entre ministras e profissionais de alto gabarito que tendem a atuar de maneira vigorosa e em prol de mudanças mais radicais. No mapa da assinatura a Lua está na 12, mas no mapa da posse ela está na 11, conjunta a duas estrelas importantes do Cetus, cujas possibilidades veremos adiante. Para ambos os casos, ter a Lua em Touro é um facilitador para as questões que envolvem as casas regidas pela Lua, além da própria atenção que se dará à produtividade, economia, nutrição, agricultura, legislação de proteção às mulheres. Na 12, as atenções tendem a ser maiores para os casos tão numerosos de violência contra a mulher, que podem ter medidas de reversão desse quadro pavoroso, especialmente no caso do mapa da faixa, quando as referidas conjunções estão precisas. No mapa da assinatura, a Lua rege a casa 3, da educação fundamental e ensino médio. Podemos esperar algumas “revoluções”, na medida do possível do caixa vazio, nesse campo, se esse mapa prevalecer. No mapa da faixa, a Lua rege a casa 2, dos recursos. Nele se espera um crescimento cheio de espasmos, ora com saltos, ora com quedas, todos muito numerosos e em rápida sequência, mas com a prevalência do crescimento.
Ambos os mapas têm a Parte da Fortuna na casa 4, prestes a ingressar na 5. Em termos de casas temos a ênfase na territorialidade (casa 4) e utilização de terras para aumento da produção agrícola, enquanto há todo um conjunto de medidas para reduzir os sérios problemas sobre as terras dos povos originários. A tangência com a casa 5 é a produção artística, cultural, o incentivo de atividades promotoras da infância, adolescência e juventude. A Fortuna nesses campos é um bom presságio para o entretenimento.
O MAPA DA ENTREGA DA FAIXA PRESIDENCIAL
A partir deste parágrafo nossas atenções se voltam para o mapa da entrega da faixa presidencial. Já que a primeira parte se concluiu falando da Lua, retomemos desse ponto: na entrega da faixa a Lua caminhou cerca de 1 grau em relação à posição ocupada no mapa da assinatura, o que a fez chegar a uma conjunção tradicionalmente precisa com as estrelas Almach e Menkar, uma espécie de “A Bela e a Fera”, representando Andrômeda (Almach) e o monstro Cetus (Menkar). Esta última, no focinho do monstro, é também representativa das grandes ondas coletivas, reagindo como marés baixas e altas um tanto sem aviso. O mercado, tão volátil e sujeito aos humores (Lua) dos investidores, pode expandir-se e retrair-se com rapidez espetacular ao longo do período, especialmente no primeiro ano de mandato. As estrelas de Cetus têm características saturninas em sua maioria, o que só reforça a noção de que será preciso escalar uma montanha de empecilhos à frente, com vários testes de resistência. Para Elsbeth Ebertin, ela tem conexão com “inimizades injustificadas”. Em muitos casos, conjunções cruciais com essa estrela estão diretamente relacionados com doenças de garganta, inflamação da laringe. Em vista do que Lula tem precisado fazer para cuidar da garganta, isso é um ponto de alerta. Não deve ser apenas desta vez que ele precisará de atenção médica para evitar problemas maiores na fala. Já Almach, uma estrela que fica entre o tornozelo e o pé de Andrômeda, tem características plenamente venusianas, de honra, eminência e habilidade artística. Dá o que pensar, quando recordamos das leis de incentivo à Cultura, que podem realmente ganhar um alento, com a promoção das mais variadas formas de atividade, ainda que isso precise provir de campos semi-independentes do Estado e incentivos à iniciativa privada para tanto, de um modo diferente do já conhecido até então. A dupla Almach e Menkar está presente em casos em que é preciso haver uma intervenção direta para a proteção de pessoas passíveis de vitimização na sociedade e entre essas pessoas, as crianças. A Lua rege o feminino e a infância, o que faz com que lembremos dos enormes riscos sociais que vivem as crianças de baixa renda e de famílias (ou sem elas) em condições precárias. Serão muitas ações para conter as mais variadas formas de violência: a física, a econômica, a do preconceito e outras igualmente terríveis.
O mapa da entrega da faixa (fig. 2), como já dito, tem uma enorme expressividade. Nele os fatores representantes do governante ganham outros contornos ainda mais semelhantes tanto ao momento da entrega quanto às propostas que tendem a ser levadas a cabo. O Sol vai para a sétima casa, ganhando o tom conciliador e mediador, com o casamento ou a união com Janja como um ponto de destaque (a Fortuna em Libra reitera esse dado). A 1ª dama (ou esposa do presidente, como prefere ser chamada) tem um papel extremamente relevante. Teve no ritual da posse, terá o tempo todo. Nesse mapa, a casa 7 é regida por Júpiter, que se encontra na casa 10, em total evidência, igualmente regente da própria casas 10, com cúspide em Peixes. Janja continuará sendo uma articuladora-chave, sobretudo dos projetos culturais mais inovadores, os mais pioneiros (Júpiter em Áries), ao lado dos ministérios e como uma figura representativa de enorme ênfase.
O Ascendente em Gêmeos enfatiza sobremaneira o aspecto comunicacional, comercial, educacional já mencionado. Principalmente o educacional. Mercúrio é o regente desse Ascendente. Situado na casa 8 (recursos de terceiros, recursos compartilhados, ganhos advindos de perdas ou de investimentos, sexo, morte) junto a Plutão e Vênus, mostra, como no outro mapa, mas muito mais intensamente aqui, toda a atenção prometida às questões de gênero, às propostas de quebras de tabus em torno da sexualidade, de esclarecimento em torno disso. Da mesma forma, tem implicações potentes no campo dos investimentos compartilhados e na ação dos bancos, financiamentos e modificações lentas, mas profundas, sobre o sistema econômico. Algumas dessas modificações podem ter efeito imediato, mas a maioria será feita como uma espécie de obra de infra-estutura, com efeitos em longo prazo. Esse mapa mostra o ministro Haddad embranquecendo os cabelos com tanto trabalho, mas, conforme vimos, pelos aspectos favoráveis, com potencial para boa desenvoltura.
Saturno, nesse mapa vai para a casa 9. Trabalho e mais trabalho, responsabilidade e mais responsabilidade nos campos das relações exteriores, como o mapa anterior já havia sinalizado. Aqui, tanto a casa 9 quanto a 7 são associadas aos acordos entre nações. Haverá uma grande participação do Brasil, sobretudo de Lula, no cenário internacional, entre as supracitadas trocas acadêmicas e ações significativas sobre questões de peso para o mundo (Ecologia, mediações entre países e mercados em conflito, interações científicas, sediamento de eventos internacionais), mas também no diálogo interreligioso, extremamente fundamental na atual conjuntura e nos próximos anos. Há um peso extra nessas responsabilidades, definindo diferenças e encontrando eixos de semelhanças entre as mais variadas formas de concepção religiosa, filosófica, talvez até entre adeptos de alguma linha de pensamento e prática esotérica.
O aspecto educacional e civilizacional está reenfatizado pela estrela Rigel, o pé do Orion, sobre o Ascendente. Para os egípcios essa estrela era o sinal da bênção de Osíris, a chegada do mesmo (após ser anunciado por Ísis, representada por Sírius). Promete deixar uma “pegada”, um vestígio célebre, como a pegada de Neil Armstrong na Lua ou os habilidosos pés de Pelé, que a tem no Meio do Céu (seja na versão de 21/10 ou na de 23/10/1940 – uso o horário de 02:58 – Três Corações-MG). Rigel é fazer algo que se torne um divisor de águas e que expresse, como todo pé de constelação, esse aspecto professoral, de valorização do conhecimento, da sabedoria.
Um ponto perigoso, mas que todo mundo já devia esperar, é representado pelo Marte na casa 12 da entrega da faixa. Perigoso, porém contornável. Perigoso, pela extrema necessidade de haver cuidado contra as tramoias, inimigos ocultos vigorosos, que dizem uma coisa e fazem outra (Marte retrógrado em Gêmeos), que agridem por coisas que nem se sabe de onde saiu a justificativa e nunca dão a chance para que possamos nos defender e mostrar que o problema não era aquele. Marte rege competidores, metais, grupos militares e paramilitares. No caso, Marte rege a casa 11, com cúspide em Áries. Alguns “amigos” não são tão amigos assim, é preciso ter retaguarda o tempo todo. O tempo todo. A compensação vem pelo amplo apoio feminino, com a Lua bem aspectada na 11.
É a casa 10, todavia, que é a mais representativa desse mapa da posse. Lula foi “empossado” ou “coroado” por um menino negro (o atleta Francisco Carlos do Nascimento), um líder indígena (o cacique Raoni Metuktire, do povo Kayapó), um influencer da comunidade PCD – pessoas com deficiência (Ivan Baron), um metalúrgico (Weslley Viesba Rodrigues), uma catadora de materiais recicláveis (Aline Sousa, mulher, negra, que concluiu a entrega da faixa), um professor (Murilo de Quadros Jesus) e dois apoiadores da Vigília Lula Livre: Jucimara Fausto dos Santos e Flávio Pereira. À frente de todos, Resistência, a cadelinha adotada pelo casal presidencial. A casa 10 tem a cúspide em Peixes, signo relacionado àqueles que enfrentam condições marginalizadas, às caridades, à empatia, autossacrifício, alívio do sofrimento, especialmente o alheio, à imaginação, fantasia, cinema, artes, música, inspiração, evasões, o mar, navegação, pesca, utopias etc. Netuno, o regente “moderno” e Júpiter, o tradicional regente de Peixes, encontram-se nessa casa (Netuno na cúspide), assim como Quíron, planetoide moderno incorporado ao sistema de leitura de muitos intérpretes. Esses fatores são símbolos claros da diversidade e do esforço de identificação e empatia para com os diferentes aspectos da população brasileira. Raoni é cacique, tem equivalência de rei, é um grande líder, é jupiteriano. Todas aquelas pessoas têm grande liderança e participação empática ou são eles mesmos representações de anseios da maioria da população. Neles estão encarnadas as utopias e esperanças de uma sociedade mais justa. O jovem Ian Baron é o próprio Quíron encarnado! O mestre curador-ferido que combate o capacitismo (tanto Quíron quanto Júpiter em Áries: combatentes).
A casa 10 desse mapa mostra como o simbolismo da passagem da faixa quer representar o povo no poder e Lula tem não apenas a responsabilidade de manter o que significa todo esse ritual de outorga, mas de encarnar essas expectativas. É preciso não se tornar mártir (Netuno) e manter a coragem pioneira (Júpiter em Áries), sem causar dano a si próprio. Júpiter na 10 é fama, é prestígio, inclusive internacional. É um potencial para prestígio ou presunção. Os bons aspectos suscitam esperança no primeiro caso.
Finalizamos aqui desejando boa sorte ao presidente e a toda a equipe. Que o Brasil prospere!