Mapa Solar e a Leitura Astrológica sem o Horário de Nascimento

Descobrindo o Método em uma Aventura no Shopping Center

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Como Ler o Mapa Sem Horário?

Em 1992, um ciclo de Saturno atrás (reescrevo este texto em fins de junho de 2021), eu havia feito uma mudança drástica de residência do Rio para São Paulo, onde vivi até o final de 1999. Em função disso, como era de se esperar, a quantidade de pessoas que atendia normalmente se reduziu muito, chegando a ficar muitos dias sem fazer um único mapa e sem a remuneração advinda dos atendimentos. Felizmente, fora para a Terra da Garoa trabalhando para uma empresa de mídias e pude me manter com menor dedicação à Astrologia, apesar de nunca ter parado, tendo, inclusive, dado aulas em algumas escolas nesse ínterim.

Em 1996, após um período de hospitalização e várias dificuldades, além de ter escrito meu primeiro livro, o “Progressão Lunar e Kabbalah”, comecei a bolar algumas formas diferenciadas de voltar à ativa com intensidade. Retomei o projeto de cursos, que nos anos anteriores ocorriam de modo um tanto rarefeito, e comecei a procurar uma maneira mais popular de aplicação de Astrologia que não fosse nem horóscopos das publicações comuns nem qualquer outra coisa superficial, que não fosse para esclarecer de fato. Desse movimento surgiu a ideia de testar formas diferentes de aplicação dos conhecimentos astrológicos adquiridos em prática de consultório que eu já tinha chegado a catalogar. Resolvi dividir minhas tarefas diárias com a montagem improvisada de um pequeno stand de atendimento pessoal num shopping center. E lá ia eu com um laptop, dividindo o stand com um amigo perfumista cheio de vidros de essências e pedrarias para vender. A ideia inicial era analisar o perfil de pessoas que compravam aquelas interpretações padronizadas de computador (eu ofereceria textos de minha autoria e também poderia fazer leituras oralmente) e ver que tipo de mercado diferente poderia ser abarcado. Na forma de leitura oral, fazia gravações de fitas K7 (sim, eu sou velho…) com previsões específicas para o mapa dos clientes e daria respostas a alguns questionamentos.

Muitas perguntas me rondavam. Qual seria a reação? Como despertar o interesse? Que resultado este tipo de trabalho teria? Seria possível satisfazer pelo menos parte da curiosidade das pessoas num ambiente tão movimentado e tão sem privacidade? Seria possível prestar um serviço astrológico decente? Até que ponto as pessoas estavam informadas a respeito do que a Astrologia pode oferecer?

Sabia que a qualidade do trabalho poderia ser comprometida se não usasse um método especial para a situação. Sabia que para não orientar erradamente era preciso ser muito específico e sucinto, mas queria testar meus limites. Era uma forma de adquirir jogo de cintura em situações inusitadas.

No shopping não havia outro astrólogo e muito menos alguém imprimindo as tais interpretações padronizadas, muito comuns à época. O serviço, que tinha um preço muito atraente, funcionava da seguinte maneira: eu pegava os dados das pessoas e, enquanto os clientes passeavam pelo shopping, gravava as interpretações (céus, não sei como eu conseguia fazer aquilo sem contato direto com o cliente! Nem pensar fazer leituras sem conversar com o cliente hoje em dia!). Pedia-lhes para voltarem após terem ouvido a fita, caso tivessem alguma dúvida. Quando alguém se preocupava em retornar para solicitá-los, eu complementava o atendimento prestando esclarecimentos adicionais. Outra atividade era distribuir impressos com artigos que escrevia, explicando como funcionava e o que esperar da Astrologia. Conquistei alguns clientes na cidade com essa prática, inclusive pessoas absolutamente céticas que, após ouvirem uma explicação lógica e terem uma demonstração, passaram a se interessar pela nossa Arte.

Algumas observações interessantes sobre o decorrer

  1. Normalmente as pessoas passavam, ficavam curiosas mas muito desconfiadas e rondavam o local onde estávamos até que viam alguém pagando pelos serviços. Depois lá vinham elas com o dinheiro na mão. Eram poucas as pessoas, mas logo descobri que um dos motivos da clientela reduzida era a presença de uma mulher que se dizia cigana e que atendia no andar de baixo. Ciganos pareciam, na época, ser mais populares que astrólogos, e as pessoas lhes atribuíam uma atmosfera de magia e sobrenatural. Para a maioria da população, Astrologia, além de parecer muito complicada para aprender, servia para “dizer como uma pessoa é”, para dizer “qual o signo que combina com o meu” ou para fazer horóscopos de jornal, nada mais além disso.
  • A maioria do público interessado era de mulheres, como ainda hoje, em 2021. Interessantes também eram as várias discussões acaloradas entre casais, quando a mulher desejava fazer uma consulta e o homem dizia em voz alta que aquilo tudo era uma bobagem.
  • Muitas pessoas, levadas por simplificações midiáticas e pela falta de informação, diziam “não acreditar em Astrologia”. Entretanto, volta e meia uma dessas mesmas pessoas (inclusive homens) parava pela segunda vez no stand para perguntar: “qual o signo que combina com o meu?”
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Mas entrando agora no tópico mais importante para o assunto deste artigo: dos clientes do shopping, quase ninguém sabia o horário de nascimento. Quando eu insistia na necessidade do horário, as pessoas acabavam preferindo visitar os stands de adivinhação ou “não-astrológicos”. Para muita gente, uma “superstição” como a Astrologia não justificaria a preocupação em saber o horário correto do nascimento. Para compensar, precisei me utilizar de uma técnica para acompanhar o estudo de progressões, trânsitos e Revolução Solar, que eu oferecia antes mesmo de me mudar para São Paulo. Era o mapa solar, uma técnica de leitura do mapa sem horário que desenvolvi empiricamente e que depois percebi que não era o único a utilizá-la com diferentes finalidades. O problema estava resolvido em parte, pois eu mesmo não acreditava que um mapa sem o horário pudesse fornecer indicações corretas.

Apesar de obrigado a ser muito rápido e a oferecer basicamente prognósticos ao invés de interpretações de mapas natais, não raro alguém se dispunha a sentar-se em meio ao turbilhão de pessoas passando pra lá e pra cá para ouvir uma interpretação. Quando alguém que não sabia o horário fazia isso, eu, com o mapa solar na mão, avisava, pouco confiante, que aquele tipo de consulta, embora não precisasse de horário de nascimento, não era totalmente consistente. Estava sendo sincero, mas várias vezes me surpreendi com a eficácia da técnica. Não esperava que ela fosse tão útil. Percebi que não só estava sendo preciso na descrição de traços de personalidade, relacionamentos e na orientação vocacional, como poderia fazer prognósticos corretos sem grandes problemas, mesmo quando não usava a Astrologia Horária para fazer previsões. E, sim, Astrologia Horária permite que façamos leituras precisas sem qualquer dado de nascimento do cliente. No entanto, não abrange a leitura comportamental ou de outros elementos que só podem ser detectados em um mapa radical.

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Devo confessar que descobri isso por acidente. Três fatores o provocaram: a alternância entre mapas com horário e os solares, o cansaço de uma semana inteira de trabalho ininterrupto e a confusão mental que aquele tumulto provocava em mim. Mas o fator que mais me fez considerar seriamente o uso da ferramenta foi o seguinte: havia interpretado o mapa de uma jovem senhora cujo horário era conhecido. Ela me elogiara bastante após o término, dizendo-se espantada com o rastreamento correto de épocas de sua vida e de traços particulares, como a profissão, o relacionamento com os filhos, problemas de saúde etc. Qual não foi minha surpresa quando, ao olhar novamente o desenho do mapa, percebi que em vez de usar o mapa com o horário que ela me informara, usei um mapa solar. Como manda a ética, informei à senhora que havia cometido um erro e que toda a interpretação poderia estar comprometida. “Tem certeza de que as datas que lhe informei bateram? Você teve essa profissão mesmo?”, perguntei. Ela respondeu que sim, e que “a interpretação foi muito esclarecedora” (palavras dela). Ainda assim, considerando que ela podia estar deslumbrada com o que acabara de ouvir, verifiquei que a Lua estava em signos trocados. A posição real da Lua era no signo de Touro, e o mapa solar mostrava a Lua em Áries. O que fez a interpretação da Lua na carta solar ficar tão parecida com a do mapa com horário correto foi a conjunção da Lua com Marte no mapa COM o horário (Lua em Touro, conjunta a Marte). Estava prestes a recusar o pagamento, quando ela, muito gentil no falar, mas brusca no movimento, afastou minha mão e disse: “Se você diz que não usou o modo certo e ainda assim interpretou certo, deve ser porque era assim que tinha que ser. Vou ficar chateada se você não aceitar o pagamento e olha que eu sou braba, como você mesmo viu.”

Com a experiência, ao voltar para casa, revirei meu arquivo de mapas de estudo e comecei a elaborar as primeiras versões deste método que usei por muitos anos com certa frequência, antes de a Astrologia começar a ganhar maior terreno na sociedade e os pais começarem a anotar com maior precisão o horário de nascimento dos filhos. Ah, sim, o no que consiste a técnica do Mapa Solar? Você pode conhecê-la ao assistir, no canal Carlos Hollanda * Astrologia, no YouTube, o minicurso realizado no dia 29/06/2021, disponível para membros do canal (nível “hollandês”). Para participar é só tornar-se membro, clicando no botão “SEJA MEMBRO”, lá no canal e seguindo as instruções. Veja lá como é: https://www.youtube.com/c/carloshollanda . É mais barato do que um almoço num restaurante popular. 🙂

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